domingo, 28 de maio de 2017

SR AFONSO, UM GRANDE ALVINOPOLENSE

Sr. Afonsinho, tocando com fé
Nasci na Rua do Rosário nº 71, logo abaixo do cemitério. Na mesma rua, mais abaixo um pouco, tem uma casa de amigos com os quais me relacionei muito na infância. Tinha ( e tem) o Sérgio, que gostava de futebol de botão e de música. O Teco, um cara forte pra caramba e companheiro de futebol. Tinha também o Beto, mais novo e amigo do meu mano Rogério. E tinha o pai de todos, o Sr Afonsinho, um moço muito simpático que trabalhava como pedreiro e gostava de tocar cavaquim e violão.

Tocador de cavaquim no congado, na igreja e na seresta
Fui crescendo e a figura do Sr Afonsinho sempre sorridente com seu cavaquim debaixo do braço e me cumprimentando com alegria. Na adolescência fui me interessar por futebol. E qual seria o time natural para um craque da rua de cima jogar? Claro que era o Pingarato da rua de baixo, o destemido Original Esporte Clube. 

Foto histórica do grande Pingarato...
Meu amigo Romeu me chamou para participar da seletiva no juvenil do escrete escarlate e me falou que o treinador Anzolim era muito rigoroso. Lá chegando fui entender que Anzolim era o Sr Afonsinho, com uma diferença: nada daquela Sr bonachão da rua do Rosário. Ele fechava a cara, era disciplinador e botava a turma pra fazer ginástica puxada. Criava nomes muito engraçados para os exercícios. Tinha um que ele chamava de Molequim de Borracha. Mas usava termos inovadores também. Na época ensinou pra mim e pro Jovelino os fundamentos do overlapping, uma jogada entre laterais e pontas que aplicamos numa partida quase oficial contra o time C do Sport no campo da Campanha. No primeiro tempo nos saímos vencedores. Mas no segundo tempo o Sport colocou em campo jogadores do time A. Entrou até um tal de Pustema que era um mito na época. Nosso goleiro que se chamava Imagem, foi sumindo, sumindo e perdemos por honrosos 2x1. Foi um tempo mágico, maravilhoso. Anzolim, depois de Adairim e Tetêga, foi um dos treinadores referência de Alvinópolis.  Mas tem outra coisa no Afonsinho que me emociona demais: vê-lo tocando seu cavaquim no congado de N.S. do Rosário há décadas e décadas  com a mesma alegria e devoção. 
Tocando pra NS do Rosário.

Ele também é companheiro da turma da seresta de José Sylvio e cia e integrou por anos o time de músicos da igreja. Seu Afonsinho é a nobreza em pessoa, um sujeito muito especial que tem lugar cativo no rol dos Alvinopolenses de valor. 

Na seresta...